10.25.2023

Carlos DIEGUES

O GRANDE CIRCO MÍSTICO (2018)

O Grande Circo Místico, filme de Cacá Diegues, inspira-se num poema de Jorge de Lima, e herdou a trilha sonora que Chico Buarque e Edu Lobo fizeram nos anos 80 para o bailado homónimo. O que fica mesmo para a história são as canções magníficas de Chico e Edu. O filme é para esquecer. Lembra Fellini mas sem o génio deste. Há coisas muito boas e outras confrangedoras. Os atores são impecáveis, num registo nos antípodas do que fazem nas telenovelas. Mas o artificialismo do filme raramente impressiona e nunca comove. Salvador, julho de 2019 sala Walter da Silveira 2/5
RIO DE FÉ (2013)
Um Encontro com Papa Francisco
   
Um documentário sobre a passagem do Papa Francisco pelo Rio e sobre os cariocas que receberam os peregrinos. Soube a pouco. Paris 2014    2/5

 TIETA DO AGRESTE (1996)
DVDTECA 

QUILOMBO (1984)
Filme de Carlos Diegues

Co-produção entre o Brasil e a França, conta a fascinante história do quilombo dos Palmares, em Pernambuco, Brasil. Foi o maior quilombo da história do Brasil. Quilombo era um território para onde fugiam os escravos e onde viviam livres, desafiando o poder colonial português. Nos Palmares surgiram mitos como Ganga Zumba e Zumbi, personagens centrais deste filme. Um filme que teve uma produção atribuladíssima, com uma rodagem de pesadelo, segundo li. Mas resultou finalmente num bom filme. Adorei ver atores como Vera Fischer, Zezé Motta, Maurício do Valle (imortal cangaceiro de Glauber) ou Grande Otelo. Participam também dois nomes da música brasileira: o soul man Toni Tornado e o grande sambista João Nogueira. As músicas (enfim, toda a banda sonora), de Gilberto Gil, tornaram-se clássicos da MPB.  Quilombo (Brasil, 1984) Cinemateca Francesa (2013) 3,5/5

CHUVAS DE VERÃO (1978)
Desde que vi este filme pela primeira vez na televisão que me impressionou a abordagem delicada da solidão e do amor na velhice. Temas raros no cinema na altura da estreia do filme. Há momentos pouco interessantes mas também há cenas soberbas neste filme protagonizado por Joffre Soares que começa uma nova vida no dia em que se aposenta. Como sempre, adorei ver os atores (Cristina Aché, Daniel Filho, Jofre Soares, Paulo Cesar Pereio, Marieta Severo, Miriam Pires) assim como ouvir a excelente música popular brasileira que tem um papel importante na vida das gentes simples. Melun 2020 TV 4/5

A GRANDE CIDADE (1966)
Filme de Carlos Diegues

O segundo filme de Cacá Diegues é momento importante do cinema novo. O filme encara de frente a realidade feita de enormes desigualdades sociais do Brasil, a grande cidade que vive da miséria dos que chegam do sertão. Neste filme Luiza chega do nordeste à procura do noivo, que se tornou um perigoso bandido. Mas é o malandro mas simpático Calunga que tem alguns dos melhores momentos do filme, ele quase o converte num musical. Bela obra. Paris 2017 Cinemateca Francesa 3/5

GANGA ZUMBA (1963)

Ganga Zumba é a longa-metragem de estreia de Carlos Diegues e uma obra marcante do cinema novo. Nada a ver com o cinema comercial da década anterior, com estrelas da comédia e galãs românticos e em que os negros apenas tinha papéis periféricos. Com Ganga Zumba os negros ocupam todo o espaço e são protagonistas de uma história de resistência ao poder absoluto dos escravocratas coloniais. Claro que isto rima com a realidade do Brasil na época em que o filme foi feito e exibido, 1963/1964, com a subida ao poder de novos ditadores. Diegues resolveu ressuscitar o Quilombo dos Palmares a que voltaria nos anos 80 com um filme a cores. Os quilombos eram "sociedades" que reuniam escravos fugidos das fazendas para viverem em liberdade. Mas este filme de 1963, com grande banda sonora de Moacir Santos e com a presença do genial Cartola, tem um ritmo lento que o torna pouco atraente ao espetador, pelo menos a mim. Paris 12.2017 Cinemateca Brasileira 2,5/5

1985 - O ano que repaginou a música brasileira (2025)

1985 - O ano que repaginou a música brasileira (2025) Organizado por Célio Albuquerque Garota FM Books 2025